
“Eu queria ter aquele filho, independente de qualquer problema ou preconceito que eu poderia sofrer dali em diante.”
Minha Gravidez e Relato

Dia 23/07/2017, menstruação atrasada em 10 dias, criei coragem e fui até a farmácia comprar um daqueles testes de gravidez. Voltei pra casa, fui ao banheiro e pronto, ali estava a surpresa, dois pontinhos, sim, positivo. Um turbilhão de pensamentos começaram a surgir. E agora? E agora?
Sai do banheiro e na sala estavam: meus pais, minha tia e meus primos. "Estou grávida!" Foi a única mensagem que consegui passar naquele momento. A reação? Nenhuma. Ninguém conseguia raciocinar...
Passando aqueles 5 minutos de choque, escutei a primeira pergunta, vinda do meu pai: "E o pai da criança?"
Eu: casada? Não. Namorando? Não. O pai da criança era um amigo e estávamos saindo há dois meses.
​
Eu não era uma adolescente, sabia exatamente os riscos que corria e a unica certeza que tinha naquele momento era que eu queria ter aquele filho, independente de qualquer problema ou preconceito que eu poderia sofrer dali em diante.
​
Meus pais aceitaram minha decisão.
​
Fui criada pela minha avó, e mais difícil do que contar a notícia para meus pais, seria a minha conversa com ela.
Mas, não tinha como fugir dos fatos, cheguei na casa dela, sentei no sofá e falei: "Estou grávida!". Dona Marlene me olhou, respirou fundo, e disse: "Olha, não é o fim do mundo!".
​
Naquele momento 70% do medo e insegurança que eu sentia acabaram, eu tinha meus pais e a minha avó do meu lado.
​
Sendo assim, é chegada a hora de avisar o papai. Mandei uma mensagem marcando um encontro, como todos os outros que tínhamos. "Qual vai ser a reação dele?". "O que ele vai pensar de mim e de nós?". Pensei em todas as possibilidades, mas novamente a certeza que eu tinha era que o meu filho seria bem vindo, o restante caberia a consciência e caráter dele.
​
Fui ao encontro.
Adivinhem? Cheguei e disse: "Estou grávida!" (Eu não consegui fazer rodeios com ninguém!). Ele também sabia os riscos que corria e recebeu a notícia super bem. Decidimos dar uma chance ao nosso relacionamento. Ali estava se formando uma nova família.
​
Tive uma gestação tranquila, com o apoio da minha família e do meu companheiro em todos os momentos.
​
Dia 30/10/2017, eu estava com 20 semanas, hora de descobrir o sexo do bebê. Admiro quem consegue fazer chá revelação ou esperar até o nascimento, porque eu não aguentava mais segurar a ansiedade para definir o nome e começar a comprar o enxoval.
Entramos na sala de ultrassom e era ELE, sem nenhuma timidez mostrou tudo na telinha. GABRIEL, nosso anjo, GABRIEL HENRIQUE, nosso mensageiro.
​
Dia 26/12/2017, 28 semanas, após noite de natal, acordei com sangramento e aquele susto. O que estava acontecendo? Estava tudo tranquilo até aquela hora. Corri para a Santa Casa!
Depois de alguns exames, o diagnóstico médico: Gabriel tinha encaixado! Posição cefálica! O sangue foi um aviso: "Estou aqui mamãe, quase pronto!". Graças a Deus estava tudo bem conosco, apenas precisei de repouso por alguns dias por precaução.
​
Dia 01/03/2018, 38 semanas, mudança de lua, lua cheia, aquela expectativa só aumentava, eu já sentia as famosas braxton hicks (contrações de treinamento). Não pensava outra coisa além de "Vem Gabriel, estamos te esperando."
​
Mas a lua me traiu, ainda não foi dessa vez.
​
Dia 14/03/2018, 40 semanas conforme o primeiro ultrassom, nem sinal de trabalho de parto, iniciamos o monitoramento dia sim dia não por cardiotocografia, exame que controla os batimentos do bebê. Tudo certo com o nosso Gabriel, ele está no tempo dele.
​
Dia 22/03/2018, 41 semanas e 1 dia, tive uma consulta médica na parte da manhã, eu estava com 1cm de dilatação e começamos a conversar sobre indução, eu tinha medo de induzir, mas pensava que era melhor do que programar uma cesária, voltei pra casa pra pensar melhor no assunto antes de tomar alguma decisão.
Naquela mesma tarde, por volta das 17h30 senti minhas primeiras contrações e comecei a controlar a frequência e tempo, 5 em 5 minutos e aquele alívio em perceber que meu trabalho de parto tinha começado e que eu não precisaria induzir.
Às 19h perdi meu tampão mucoso. Continuei em casa, pois minha bolsa não tinha estourado e as dores ainda estavam leves. Tomei um banho quente, fiz alguns exercícios na bola de pilates e percebi um leve sangramento, agora sim senti que era hora de ir para a maternidade. Cheguei na maternidade com contrações de 3 em 3 minutos e com 3cm de dilatação. Às 23h fui internada.
Na sala de parto, eu e meu companheiro passamos a madrugada tentando aceitar a dor como parte do processo, entre uma contração e outra, a dor não era mais o problema, mas o tempo foi inimigo do meu psicológico.
​
5h30, 12h de trabalho de parto, 6cm de dilatação, eu estava muito cansada, não conseguia esperar mais, escolhi a cesária. Não me arrependo de ter esperado a hora do Gabriel, esperado o início do trabalho de parto. Tentei até o meu limite, fiz o que estava ao meu alcance naquele momento, senti todas as dores de parto mas terminei na cirurgia, não levo isso como uma frustração, mas sim como um aprendizado.
Eu precisava passar por tudo isso.
​
Gabriel nasceu com 51cm, 4.070kg às 6h35 do dia 23/03/2018, com muita saúde e cheio de vida para alegrar ainda mais os dias da nossa família.
​
Acompanhe o "Diário do Gabriel", criado com a intenção de guardar as principais recordações da maternidade e do nosso neném, além de passar várias dicas para cada dificuldade encontrada.
​
​
​
​